O Blog Minhas Gerais nasceu de uma paixão por escrever crônicas, contos e poesias - apesar de não ter nenhuma formação pra isso. Estarei publicando minhas crônicas, meus contos e minhas poesias. Falarei do cotidiano de minha vida, de meus amigos, das cidades de Minas que amo. O nome Minhas Gerais nasceu com sentido duplo. Minhas Gerais no sentido de falar da "Minas que conheço" e "Minhas Gerais" no sentido de passar de forma "geral" a vida que levo.

Thursday, August 20, 2009

Obra de Arte

Onde eu estava nesse sonho que a noite trouxe?
Que lugar... nunca visto em meu olhar?
Montanhas como telas de fundo
Um chalé no fim do mundo
Cavalos ao redor do vale e cheiro de pinheiro molhado

Uma neblina na manhã de inverno
Um copo de café quente
Uma cama quente
Uma pele macia, colada, grudada em mim
Não por calor, mas por desejo puro – se é que existe isso

Foi obra de arte o que ontem sonhei
Tá aqui na minha cabeça, uma pintura do lugar
E a escultura que estava em meus braços

Fogueira na lareira
Cheiro de perfume bom
Beijos sem palavras
Palavras de conversa boa
Vida boa resumida
Numa noite sonhada
Num amor de uma noite só

Com certeza foi obra de arte o meu sonho
Pintura perfeita
Escultura perfeita
Sonho perfeito
Acordar pra quê?!?

Fofa

- Fofa
- Oi...
- Você está com fome?
- Peraí... você me chamou de gorda?
- Não, claro que não fofinha!
- Hum... sei! Não! Não estou com fome!
- Tem certeza?!?
- Certeza do quê?
- De que não está com fome?
- Tenho... por que está insistindo na pergunta?
- Nada não, fofa! Só pra ter certeza
Márcia encarou Jorge tentando ver nos olhos o sorriso que a boca não interpretou. Conseguiu!
- Gorda é a puta que o pariu seu filho da puta!

Thursday, August 06, 2009

Meu Caminho

Tive uma infância feliz e aprendi a viver em paz com o mundo de Deus e o inventado pelos homens, mesmo sem entender boa parte dos dois.
Outros caminhos talvez me fariam melhor do que sou hoje, mas não me arrependo dos desvios que tomei nem dos descansos que fiz, tampouco das corridas que não me levaram a lugar nenhum.
Entre amores e dores, perfumes e ares funestos vivi. Tive saudade das amantes que não tive e das chances que elas me deram.
Oh, sim, morri muitas vezes, pois em certos momentos, pra continuar vivendo, é necessário morrer de alguma forma.
Também fui um matador covarde. Matei corações que só queriam me amar. Ah! O meu coração? Também já foi destroçado algumas vezes por amar pessoas erradas. E amei tanto, que ainda sinto dores no peito quando respiro a nostalgia dessas paixões que me feriram.
Em certa época eu fui um rei, abastado de amizades e carinhos noturnos. Em outras, fui um mendigo desgraçado jogado num canto qualquer e até palavras me faltaram.
Cometi algumas loucuras, que condenadas ou não, me fizeram um bem extraordinário.
Algumas vezes, andei no escuro acompanhado por muitas pessoas e não me lembro do de ter sido luz em muitas delas... acho que ainda não aprendi a liderar.
Uma a vez me dei um para de asas. Não sabia voar, não fui longe e descobri que os homens foram feitos para ficar com os pés no chão
Fugi de alguns problemas, eu confesso, mas quem não fez isso algum dia?
Aprendi a dizer não depois de muitas vezes sofrer por dizer sim sem querer.
Senti medo e frio assim como todo o mundo.
Fui romântico sempre, assim como ninguém.
Perdi e ganhei, sempre aprendendo com os dois verbos.
Sorri e chorei, com e sem motivo.
De coisas e pessoas sem nome, muitas vezes saciei a fome do ódio, da inveja e do ciúme. E não tive vergonha disso, pois me perdoei em forma de oração.
Incalculáveis foram as vezes que cai, mesmo sendo melindroso em meus passos no muro.. E em todas essas vezes, eu tive orgulho em me ver de pé novamente.
Descobri que no tempo, num segundo vagabundo qualquer, pode-se ter a felicidade de uma vida inteira. Fui feliz por várias vidas!
Já calei meu grito algumas vezes e fiz amizades com antigos inimigos e sempre contrariei o dito popular de que não existem pessoas insubstituíveis. Eu declaro que meus amigos são mais que isso, São eternos.
Errei contas e contos. Esqueci datas, rostos e compromissos importante, confirmando o ser humano imperfeito que sou.
É,,, acho que é isso...
Fiz assim até hoje o meu caminho e talvez um pouco de meu caminhar seja um pouco de suas andanças, pois a forma e a intensidade mudam, porém, os sentimentos humanos que são os passos na estrada, são os mesmos em qualquer parte do mundo.

Monday, August 03, 2009

Ato de Amar em Quatro Estações

Quero te amar no verão
Quero ver nossos corpos colados, suados, secarem ao vento
Ao relento, depois de cada chuva,
Quero tê-la em meus braços
E elevando os olhos ao espaço,
Te levarei em sonhos até o ponto mais alto
De onde pularemos, eu e você
Num suicídio de prazer

Quero ressucitar no outono então
As folhas caindo, mas o nosso amor não
O limite será o final da noite,
Ou o limite de nossos corpos
Com a exaustão

E quando chegar o inverno
Minha estação preferida
Tudo será eterno
Se ainda em minha vida
Fores meu pecado

Nossos corpos colados, suados
Esquecidos num quarto
Nossos lábios calados, molhados
Perdidos num beijo
E na volúpia do desejo
Em meio a palavras desconexas no ar
Quero te dar meu calor
Explodindo de amor
Até a primavera chegar

Flores inebriando os ventos
Teu corpo seduzindo meu pensamento
Flores esquecidas no campo
Teu corpo aquecido em meu corpo

Nossos corpos colados, suados
Perdidos num doce movimento
Fazendo do momento uma ponte
Fonte de prazer corpo a corpo
Unindo nossas almas e nossos corações
E dividindo nosso ato de amar
Em quatro estações.

A gente é assim

Nem é nosso esse tempo agora
A gente sente saudade
Sente vontade
Sente saudade da vontade
Caminhos bifurcados
Porém
De olho na mesma árvore
Com frutos doces
A gente é assim
Não é?