O Blog Minhas Gerais nasceu de uma paixão por escrever crônicas, contos e poesias - apesar de não ter nenhuma formação pra isso. Estarei publicando minhas crônicas, meus contos e minhas poesias. Falarei do cotidiano de minha vida, de meus amigos, das cidades de Minas que amo. O nome Minhas Gerais nasceu com sentido duplo. Minhas Gerais no sentido de falar da "Minas que conheço" e "Minhas Gerais" no sentido de passar de forma "geral" a vida que levo.

Saturday, November 04, 2006

Crônica - Cenas de Motel - Cena Típica - I

Casal no motel depois de um bom tempo fazendo amor.
- Nossa! Você é incrível! Precisamos nos ver mais vezes.
- É
- Ou você não quer? Eu adorei! Achei maravilhoso! Não só o sexo. Seu papo. Seu charme. Gostei de tudo.
- Gostei também!
- Sabe, eu sinto que te conheço há tanto tempo.
- E conhece mesmo.
- Como assim?
- Talvez você não lembre. Eu fui namorado da Ana Rita que morava no mesmo prédio que você.
- A Ana? A Aninha filha da dona Regina?
- Isso mesmo.
- Então você é o famoso...
- Picanha. Sou eu mesmo!
A garota ficou olhando um tempo pro teto, refletindo sobre o passado.
- Quem diria. Eu e o famoso Picanha.
- Pois é.
- Você lembra de mim?
- Claro.
- Que super! Faz muito tempo, né?
- Ô.
- Quanto tempo?
- Foi em 1986...
- Quantos anos eu tinha?... Deixa ver!
- Cinco. Você tinha cinco anos.
- Que super! E você?
- Vinte e cinco.
- Que super! Você ainda parece que tem vinte e cinco. Tá gatão. Malhado.
- Já você... mudou muito.
- Como assim?
- Sei lá, mudou ué. Você era criança...
- Continua. Fala, fala!
- Você era linda!
A garota ficou olhando um tempo pro teto, refletindo sobre o passado. Era?, pensou.
- Me leva embora!
- Que foi?
- Agora!

Friday, November 03, 2006

Crônica - Frases - ou "A Vingança"

Carlos Eduardo e Bia estavam felizes. Tinham acabado de reatar o namoro. Nada como um motelzinho pra comemorar. Fizeram amor. O rapaz propôs um passatempo enquanto tomavam fôlego para um novo ato. Um tipo de jogo.
- Oba! Adoro jogos. E o que vai ser? Jogo da verdade? Eu adoro jogo da verdade.
- Não, Bia. Vai ser assim. A gente pensa em alguma coisa que admira no outro e cria uma frase sobre isso. Tipo fazendo um elogio, sabe? Achei até o nome do jogo. Será jogo do elogio. Podemos começar?
- Ai, Caduzinho. Será que eu dou conta? Começa você pra eu entender melhor.
- Tudo bem.
Carlos Eduardo pensou um pouco e soltou.
- Sua boca é um convite ao prazer. (beijo estalinho) Pegou?
- Peguei.
- Agora é sua vez.
- Suas pernas são maravilhosas.
- Pô, Bia! Vá lá! Até valeu, mas tem que ter um pouco de poesia, sei lá. Vou até mudar o nome do jogo. Vai ser Jogo do elogio poético. Essa passa. (beijo estalinho). Minha vez. Deixa eu ver. Seu olhar me transforma em guerreiro. (beijo estalinho). Viu? É fácil. Sua vez. Capricha, hein?! (beijo estalinho)
- Suas mãos me levam às alturas.
- Essa foi quase poética, amor. Muito bom. Tá melhorando. (beijo estalinho) Minha vez. Seu beijo é um doce vício.
- Ai, amor, que fofo. (beijo estalinho). (beijo estalinho). (beijo estalinho). Minha vez, né?! Hum... já sei. Sua barriguinha é um excesso de fofura.
- Que é isso, Bia? Que raio de elogio é esse? Sabe que tenho complexo.
- Ah, mas eu não tenho nada contra. Acho bonitinha. Fofa.
- Fofa o escambáu. E cadê a poesia? Você quebrou a corrente romântica do jogo. Não tem criatividade.
- Só porque falei de sua barriga?
- Aí. Tá vendo? Antes era barriguinha, agora já virou barriga. Daqui a pouco vai virar o quê?
- Que estresse, Cadú! Não quero mais brincar desse jogo, aliás, não quero nem ficar mais aqui. Vamos embora.
Entraram no carro sem trocar nenhuma palavra. Pararam na porta da casa de Bia. Mulheres ganham disparadamente as estatísticas em dar o braço a torcer.
- Benhê, desculpa tá?! É que sou ruim nessas coisas. Nunca mais falo nada sobre a... nunca mais. Juro!
- Seus peitos são duas melancias que me afogam de prazer. Sua bunda uma casca de mexerica exótica.
Bia com a boca aberta. Face petrificada. E Carlos Eduardo, completou vingativo.
- Viu? É bom? E olha que eu ainda coloquei poesia, hein?