O Blog Minhas Gerais nasceu de uma paixão por escrever crônicas, contos e poesias - apesar de não ter nenhuma formação pra isso. Estarei publicando minhas crônicas, meus contos e minhas poesias. Falarei do cotidiano de minha vida, de meus amigos, das cidades de Minas que amo. O nome Minhas Gerais nasceu com sentido duplo. Minhas Gerais no sentido de falar da "Minas que conheço" e "Minhas Gerais" no sentido de passar de forma "geral" a vida que levo.

Tuesday, August 31, 2010

Pode Tudo

Filhinha, por favor...
Olhe as opções
Mamão com banana
A longínqua casa da Tia Ana
O filminho da ratazana
Fazer xixi na cama
Dormir sem pijama
Brincar com a lama
Sopinha que você ama
Assistir TV Fama
Imitar o Tantan bacana
Tudo, filha, tudo mesmo
Menos Luan Santana
Não agüento mais esse drama!!!

Monday, February 22, 2010

EX-BICHA

Depois do jogo, na hora da cerveja sagrada do sábado, o Paulão chegou no Tiaguinho e sentenciou:
- Sei não Tiaguinho! Esse tal de Jorge que você chamou pra jogar com a gente é “meio”...
- Meio o quê, Paulão?
- Assim... ele “joga água pra fora da bacia”... eu acho!
- Que é isso Paulão, tá maluco? Porque tá dizendo isso?
- Você já reparou na hora do banho? Eu sinto que ele fica mirando nos “bilaus alheios”. O cara é boa pinta, podia estar pegando todas, mas ó... tenho quase certeza. Cara esquisito! E outra coisa, “a moça” traz creme pra passar nos pés depois do banho. Você já viu isso?!?
- Impressão sua Paulão! Nada a ver! Isso é comum hoje em dia.
- Sei não Tiaguinho! Sei não...
E veio o próximo jogo, outra rodada de cerveja e o Paulão cada vez mais convicto.
- Tenho certeza Tiaguinho! Agora eu tenho certeza!
- Porque Paulão?
- O cara passa “base” na unha! Unha “feitinha”. Eu vi! Eu vi! Pode conferir! Tenho certeza! Essa coca-cola é fanta! É uma menina!
- O cara é advogado Paulão. Advogado tem dessas coisas mesmo, mas isso não prova nada.
O Paulão nem ficava mais do lado do Jorge na hora de colocar o uniforme. Sempre buscava um outro canto. Se não houvesse espaço, sentava no chão. Deu uma trégua. Um mês.
O time tinha ganhado de 5 a 0 do maior rival e o Jorge tinha feito três gols. No final, lá veio o Paulão.
- Ah não!!! Não é possível que vocês são cegos! Vocês viram a comemoração do cara. Reboladinha e tudo. É gay! Frutaça! Tem que ser. Ninguém comemora um gol daquele jeito! Ele nem toma cerveja com a gente com medo de se entregar. Uma cruzada de perna gay, uma risada gay, essas coisas que só gay faz. Tenho certeza!
E o Tiaguinho sempre na proteção.
- Paulão, que é isso? O Rapaz tava dançando Funk! Tem um monte de jogador profissional que comemora daquele jeito. Tá na moda.
- Mas batendo na bunda? Com tapinha desmunhecado? Ah, nunca vi isso não!
Nesse dia até o José Luis falou.
- Que negócio é esse de ficar achando que o cara é gay, Paulão? Para com isso! Realmente é Funk... a reboladinha.
- Sei não. Sei não. E tem mais Tiaguinho, esse negócio de você ficar protegendo o cara aí. Toma cuidado, hein?!? Você vai acabar ficando “falado”! Vai por mim!
Mais uma trégua. Dois meses.
Acabou o jogo, o Paulão reuniu com o pessoal da cerveja.
- É! Faz tempo que a fruta não desmunheca, né gente?
O pessoal todo em silêncio. Parecia que alguém tinha morrido!
- Que foi gente? Aconteceu alguma coisa?
O Tiaguinho que sempre fora o cabeça da turma chamou o Paulão pra conversar longe do pessoal.
- Paulão, tenho uma coisa muito séria pra te contar. Séria e chata.
- Ah! Já sei! Descobriram que o cara é gay, né?!? Eu sabia que uma hora...
- Não! Muito pelo contrário...
- Então, o quê?
- Ele anda pegando sua mulher.
E o Paulão com o olhar desconcertado, pernas bambas e com a voz quase sumindo, tentou uma última vez.
- Putz! Então não é que o cara virou homem!

Wednesday, September 02, 2009

Pedaço

Te amo tanto
Que às vezes me espanto
Com a parte em mim
Que de mim se esquece

Thursday, August 20, 2009

Obra de Arte

Onde eu estava nesse sonho que a noite trouxe?
Que lugar... nunca visto em meu olhar?
Montanhas como telas de fundo
Um chalé no fim do mundo
Cavalos ao redor do vale e cheiro de pinheiro molhado

Uma neblina na manhã de inverno
Um copo de café quente
Uma cama quente
Uma pele macia, colada, grudada em mim
Não por calor, mas por desejo puro – se é que existe isso

Foi obra de arte o que ontem sonhei
Tá aqui na minha cabeça, uma pintura do lugar
E a escultura que estava em meus braços

Fogueira na lareira
Cheiro de perfume bom
Beijos sem palavras
Palavras de conversa boa
Vida boa resumida
Numa noite sonhada
Num amor de uma noite só

Com certeza foi obra de arte o meu sonho
Pintura perfeita
Escultura perfeita
Sonho perfeito
Acordar pra quê?!?

Fofa

- Fofa
- Oi...
- Você está com fome?
- Peraí... você me chamou de gorda?
- Não, claro que não fofinha!
- Hum... sei! Não! Não estou com fome!
- Tem certeza?!?
- Certeza do quê?
- De que não está com fome?
- Tenho... por que está insistindo na pergunta?
- Nada não, fofa! Só pra ter certeza
Márcia encarou Jorge tentando ver nos olhos o sorriso que a boca não interpretou. Conseguiu!
- Gorda é a puta que o pariu seu filho da puta!

Thursday, August 06, 2009

Meu Caminho

Tive uma infância feliz e aprendi a viver em paz com o mundo de Deus e o inventado pelos homens, mesmo sem entender boa parte dos dois.
Outros caminhos talvez me fariam melhor do que sou hoje, mas não me arrependo dos desvios que tomei nem dos descansos que fiz, tampouco das corridas que não me levaram a lugar nenhum.
Entre amores e dores, perfumes e ares funestos vivi. Tive saudade das amantes que não tive e das chances que elas me deram.
Oh, sim, morri muitas vezes, pois em certos momentos, pra continuar vivendo, é necessário morrer de alguma forma.
Também fui um matador covarde. Matei corações que só queriam me amar. Ah! O meu coração? Também já foi destroçado algumas vezes por amar pessoas erradas. E amei tanto, que ainda sinto dores no peito quando respiro a nostalgia dessas paixões que me feriram.
Em certa época eu fui um rei, abastado de amizades e carinhos noturnos. Em outras, fui um mendigo desgraçado jogado num canto qualquer e até palavras me faltaram.
Cometi algumas loucuras, que condenadas ou não, me fizeram um bem extraordinário.
Algumas vezes, andei no escuro acompanhado por muitas pessoas e não me lembro do de ter sido luz em muitas delas... acho que ainda não aprendi a liderar.
Uma a vez me dei um para de asas. Não sabia voar, não fui longe e descobri que os homens foram feitos para ficar com os pés no chão
Fugi de alguns problemas, eu confesso, mas quem não fez isso algum dia?
Aprendi a dizer não depois de muitas vezes sofrer por dizer sim sem querer.
Senti medo e frio assim como todo o mundo.
Fui romântico sempre, assim como ninguém.
Perdi e ganhei, sempre aprendendo com os dois verbos.
Sorri e chorei, com e sem motivo.
De coisas e pessoas sem nome, muitas vezes saciei a fome do ódio, da inveja e do ciúme. E não tive vergonha disso, pois me perdoei em forma de oração.
Incalculáveis foram as vezes que cai, mesmo sendo melindroso em meus passos no muro.. E em todas essas vezes, eu tive orgulho em me ver de pé novamente.
Descobri que no tempo, num segundo vagabundo qualquer, pode-se ter a felicidade de uma vida inteira. Fui feliz por várias vidas!
Já calei meu grito algumas vezes e fiz amizades com antigos inimigos e sempre contrariei o dito popular de que não existem pessoas insubstituíveis. Eu declaro que meus amigos são mais que isso, São eternos.
Errei contas e contos. Esqueci datas, rostos e compromissos importante, confirmando o ser humano imperfeito que sou.
É,,, acho que é isso...
Fiz assim até hoje o meu caminho e talvez um pouco de meu caminhar seja um pouco de suas andanças, pois a forma e a intensidade mudam, porém, os sentimentos humanos que são os passos na estrada, são os mesmos em qualquer parte do mundo.

Monday, August 03, 2009

Ato de Amar em Quatro Estações

Quero te amar no verão
Quero ver nossos corpos colados, suados, secarem ao vento
Ao relento, depois de cada chuva,
Quero tê-la em meus braços
E elevando os olhos ao espaço,
Te levarei em sonhos até o ponto mais alto
De onde pularemos, eu e você
Num suicídio de prazer

Quero ressucitar no outono então
As folhas caindo, mas o nosso amor não
O limite será o final da noite,
Ou o limite de nossos corpos
Com a exaustão

E quando chegar o inverno
Minha estação preferida
Tudo será eterno
Se ainda em minha vida
Fores meu pecado

Nossos corpos colados, suados
Esquecidos num quarto
Nossos lábios calados, molhados
Perdidos num beijo
E na volúpia do desejo
Em meio a palavras desconexas no ar
Quero te dar meu calor
Explodindo de amor
Até a primavera chegar

Flores inebriando os ventos
Teu corpo seduzindo meu pensamento
Flores esquecidas no campo
Teu corpo aquecido em meu corpo

Nossos corpos colados, suados
Perdidos num doce movimento
Fazendo do momento uma ponte
Fonte de prazer corpo a corpo
Unindo nossas almas e nossos corações
E dividindo nosso ato de amar
Em quatro estações.

A gente é assim

Nem é nosso esse tempo agora
A gente sente saudade
Sente vontade
Sente saudade da vontade
Caminhos bifurcados
Porém
De olho na mesma árvore
Com frutos doces
A gente é assim
Não é?

Thursday, July 30, 2009

O que não acredito

Não acredito em certezas antecipadas
Não acredito em promessas
Não vejo desejos como conquistas
Nem portas como convites
Tenho convicções que nem sempre são certas
Tenho domínios que nunca foram meus

Não acredito em destino traçado
Nem em olhares por acaso
Enxergo com olhos fechados
Construo imagens com perfeição divina
Tenho proporção entre dor e pena
Não diferencio amor e paixão
E me odeio por isso

Uma noite, me falta coragem
A mesma que me sobrou na madrugada anterior
Outra noite, me falta luz
Mesmo diante de uma fogueira

Vejo demônios onde existem anjos
E vejo anjos onde existe necessidade
Anjos e demônios caminham comigo
Sussurram em meu ouvido
Não brigam, apenas esperam minha decisão

Acredito em sonhos
Já realizei muitos deles
Árvores, livros e filhos
Acredito em caminho certo
Mas gosto de desvios
Gosto de surpresas

Cartões me fazem chorar
Comerciais também
Crianças também
Separação também

Acredito em Deus
Independente da forma que o chamam
Não acredito em religiões que cegam
Nunca acreditei em religiões que matam
Tenho fé do meu jeito
Certo ou errado
Não me interessa – é o meu jeito

Tenho inteligência pra viver bem
Entre amores e sabores
Acredito em trabalho
Mas gostaria de viver por ele
E não viver pra ele
E acredito que o Deus que acredito
Vai virar isso por mim

Sonho com aldeias sem fronteiras
Pessoas sem ódio
E isso é uma utopia
Acredito em utopia
E esse meu delírio pode ser minha glória

Acredito em sorte para o amor
Acredito em viver por amor
Acredito em morrer por amor
E por tudo isso
Acredito em amor – simplesmente amor

Ah, que eu descreva mil vezes minha vida
E mil vezes escreverei o que acredito
O que não acredito

E que eu utilize a filosofia
Pra acreditar mais no homem
No homem que sou
Na existência que tenho
Na realidade que vivo
Na procura que não cansa
Não cansa, não cansa